Em discurso no plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (24), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal que manteve a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Damares, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, seu relatório técnico, elaborado após visita à Penitenciária da Papuda (DF), forneceu subsídios para que a defesa de Bolsonaro solicitasse a prisão domiciliar.

“A prisão preventiva decretada neste final de semana foi desnecessária. Bolsonaro não oferece risco algum de fuga. É um homem doente, fisicamente e emocionalmente. Essa medida é indevida, incabida e desnecessária”, disse.

A senadora argumentou que a decisão do Judiciário cria tensões políticas desnecessárias e desvia o foco de debates estratégicos em andamento no Senado. “Temo que essa prisão tenha vindo exatamente para tirar nossa atenção de pautas importantes desta semana, como o caso do Banco Master”, afirmou.

Damares comparou suas manifestações às de parlamentares de oposição em períodos anteriores, dizendo ter legitimidade para criticar decisões judiciais. “Também faço o que os partidos de esquerda fizeram quando não concordaram com decisões da Lava Jato. Minhas manifestações são legítimas.”

Anistia

A senadora voltou a defender a aprovação da anistia para os presos do 8 de janeiro, afirmando ser uma pauta “legítima, oportuna e necessária” e destacando que o Congresso não pode permitir que brasileiros passem “mais um Natal no cárcere”. Para ela, a disputa política precisa ser superada para que o país discuta “projetos para 2026, e não mais anistia ou não-anistia”.

Damares encerrou o discurso pedindo serenidade aos colegas e afirmou que continuará cobrando equilíbrio do Judiciário.

“Eu acredito na fé e até orei por Alexandre de Moraes. Mas seguirei denunciando decisões injustas, sempre que necessário”, concluiu

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