Em audiência da Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, nesta quarta-feira (9), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) cobrou do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a federalização das investigações de casos de desaparecimento de crianças, ocorridos no Marajó-PA e no Rio de Janeiro-RJ.
Segundo a senadora, dados referentes ao número de crianças desaparecidas do Sinalid, Polícia Federal, PRF, Secretarias de Segurança não são os mesmos. Ela cobrou do ministro Lewandowski o avanço nessa política a fim de que o cruzamento de dados seja preciso entre os órgãos.
Para exemplificar, a senadora citou dois casos de crianças desaparecidas para que autoridades federais atuem. O caso de Elisa Rodrigues, que sumiu em 16 de setembro de 2023, aos dois anos de idade em uma comunidade do município de Anajás, região do Marajó, no Pará.
“Quem levou a menina foram traficantes e eles levam o vídeo da menina para a família, mostram e dizem: ‘ela está viva, mas a gente só devolve ela se vocês entregarem a criança que a gente comprou’. O secretário de Segurança do Pará sabe, o secretário de Justiça, o Ministério sabe”, denuncia a senadora.
Na época do desaparecimento, uma força-tarefa formada por agentes de segurança, parentes e voluntários chegaram a atuar na procura da criança e dois homens foram conduzidos à delegacia da região para esclarecer a possível relação com o desaparecimento da menina.
Renan Braga da Silva, um dos suspeitos, confessou ter visto a menina, mas morreu após passar mal no Central de Triagem da Marambaia, em Belém.
Para dar mais visibilidade ao caso, há duas semanas a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, presidido por Damares Alves, aprovou a realização de diligência no Marajó e uma das prioridades é visitar a família de Elisa.
Relatório produzido pela CSP com avaliação da Política Nacional de Busca por Desaparecidos constatou, em diligência, que apenas 10% dos desaparecidos no Pará são encontrados.
Sumiço no RJ
O outro caso no qual a senadora pede investigação federal é o do menino Edson Davi, então com 6 anos, desaparecido na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro-RJ, no dia 4 de janeiro de 2024.
Ele estava com o pai, que tem uma barraca na praia. A polícia acredita em afogamento, mas a família suspeita de tráfico humano.
A mãe do menino disse que não conseguiu acesso à íntegra da investigação e a imagens.
“Se a gente federalizar esses dois casos, um no Norte e outro no Rio, talvez a gente consiga dar uma resposta sobre a atual política de busca por desaparecidos”, pontuou Damares Alves.
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