A presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), afirmou hoje (12) que vai encaminhar ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) um pedido para que o Brasil articule missões humanitárias em socorro a cristãos nigerianos alvos de perseguição religiosa naquele país africano.
O pedido é uma reação a denúncia encaminhada por um cidadão à Comissão, no qual era solicitada manifestação sobre o caso e vem após a divulgação de relatório da organização internacional Portas Abertas, dia 3, a qual relatou que a “perseguição é real e está se espalhando pelo país”.
Segundo o relatório, 70% de violência contra cristãos no mundo ocorreram na Nigéria.
“Nós não podemos nos silenciar com as imagens que estamos assistindo. Há crianças sendo executadas a pauladas e mães sendo fuziladas com seus filhos no colo. Valas comuns são abertas, onde todos têm que deitar para serem executadas”, relatou a presidente da CDH.
A senadora cobrou posicionamento do governo brasileiro e disse que vai formar uma comissão de parlamentares para articular um encontro com o ministro Mauro Vieira (MRE) com o objetivo de sensibilizá-lo sobre o tema.
“Nenhuma criança no mundo deveria ser perseguida em razão de sua fé. E o que acontece na Nigéria, em pleno 2025, é para a gente repensar para onde vai a humanidade”, destacou.
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Presente à reunião, o senador Marcos Pontes (PL-SP) ressaltou a importância da atuação do governo brasileiro no caso, e disse que somente com a cooperação internacional, e respeito às diferenças, é possível vencer as barreira do preconceito que ainda provocam violência mundo afora.
“Precisamos ouvir e deixar de lado os egos e os objetivos pessoais. Hoje, por conta do pensamento de uma pessoa, mata-se e extermina-se um monte de gente inocente”, protestou.
Entenda o caso
A Nigéria vive uma crise alarmante de perseguição religiosa em 2025, com mais de 7 mil cristãos assassinados nos primeiros sete meses do ano.
A situação, que agrava um conflito antigo no país, é reflexo da atuação de grupos extremistas islâmicos como Boko Haram e o Estado Islâmico, além de ataques promovidos por milícias Fulani radicalizadas contra comunidades cristãs, principalmente no Cinturão do Meio, região central do país.
De acordo com um relatório da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety), entre 1º de janeiro e 10 de agosto de 2025, foram mortos 7.087 cristãos, além de outros 7.800 sequestrados por motivos religiosos.
Esses números indicam que, diariamente, cerca de 35 cristãos são capturados e que a violência contra esse grupo tem atingido níveis de verdadeira crise humanitária.
O estudo também aponta que desde 2009, cerca de 125 mil cristãos foram mortos, 19 mil igrejas destruídas e mais de 600 clérigos sequestrados, tornando a Nigéria um dos países mais perigosos do mundo para a prática da fé cristã.
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