O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alkimin, terá que se explicar ao Senado sobre os gastos da Apex Brasil com a vexaminosa exposição do Brasil na Expo Mundo, em Osaka, no Japão.
Membro do bloco de oposição, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) protocolou requerimento no qual aponta indícios de irregularidades, ausência de transparência e conflito de interesses no processo de contratação da exposição brasileira.
Realizada entre 13 de abril a 13 de outubro, a Expo 2025 Osaka é o maior evento mundial de circulação de pessoas depois da Copa do Mundo, reunindo milhões de visitantes e representantes dos principais polos econômicos, tecnológicos e culturais do planeta.
Cada pavilhão é projetado para ser um símbolo da credibilidade e da inovação nacional, uma estratégia de diplomacia econômica.
Damares Alves, entretanto, diz que a ApexBrasil, empresa pública ligada ao Ministério de Alkimin, e responsável pelo pavilhão brasileiro, cancelou o projeto original, selecionado por meio de concurso público nacional de arquitetura, o substituindo por uma solução emergencial baseada em um galpão pré-moldado.
Com uma floresta inflável e sacolinhas de nylon, o espaço brasileiro no evento passou até por um princípio de incêndio e teve o lançamento adiado três vezes.
“As denúncias e contratempos envolvendo o Pavilhão do Brasil — que passou de um projeto autoral premiado a uma estrutura improvisada, marcada por suspeitas de irregularidades […]não apenas comprometem a boa gestão dos recursos públicos, como também envergonham o país perante o cenário internacional”, protesta a parlamentar, em um trecho do documento.
A senadora diz, ainda, que a ApexBrasil contratou uma artista para a curadoria da exposição, “por licença de licitação”, em um processo marcado por “ausência de critérios técnicos transparentes, conflito de interesses, e reiteradas ampliações contratuais por meio de agência intermediária de marketing promocional.
Brasileiros que visitaram o espaço disseram nas redes sociais que o Brasil apostou em uma narrativa “sensorial” e ideológica — com foco em diversidade, renascimento e empoderamento.
“Mas o que era pra ser uma vitrine de inovação acabou soando mais como manifesto político disfarçado de arte. Enquanto outros países mostram tecnologia, energia limpa e futuro, o Brasil decidiu encenar ‘a respiração da floresta’ e ‘a crise da humanidade’”, protestou um dos visitantes (link: https://www.instagram.com/reel/DPqgWKeAXbR).
Com o envio do requerimento o vice-presidente e ministro terá até 30 dias para explicar, a partir do recebimento do documento, por que houve mudança de projeto e contratação sem licitação e também a questionamentos sobre a falta de transparência que envolve todo o projeto.
A Expo Brasil em Osaka 2025 é também contestada pelo Tribunal de Contas da União, que já abriu procedimento de fiscalização.
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